Entrevistas

Espaço dedicado à manifestação do artista

Perfil:

Marcelo Fortes, compositor e músico autodidata há mais e 35 anos, expõe sua visão sobre a qualidade da música brasileira. Sua mãe era professora de música, mas seu principal instrumento, a guitarra, ele aprendeu a tocar sozinho. Começou a compor em 1977 e considera a Internet um meio maravilhoso para divulgar seus trabalhos. Hoje, Marcelo Fortes é uma das principais referências da música brasileira de qualidade na Web.

“A música brasileira de hoje, a meu ver, partiu somente para o comercial, isso em todos os ritmos. Você pega um samba de antigamente, era bem feito, um pagode era bem feito, um rock era com letras boas. Hoje, partiu tudo para o rápido, o vendável com letras comerciais repetitivas, o que chamam de chiclete, visa mais só o refrão ou seja a parte da música que fica mais na cabeça. O funk antigamente era digno de respeito. Agora esse funk carioca é só besteira e não tem ninguém tocando. É tudo eletrônico. Só pensam no ritmo para dançar, não tem mais sentimentos, e temos muitas bandas boas e bons compositores, mas aqui no Brasil é difícil. Veja um exemplo: a Andreia Amorim está fazendo sucesso fora do Brasil e muitos outros têm ainda a musica boa no brasil , isso em todos os ritmos, bons compositores. Mas a música também é uma arte e arte não dá dinheiro, a não ser que tenha um padrinho por trás para bancar e divulgar. Outro exemplo: a pintura. Existem ótimos pintores mas só serão conhecidos os que estiverem na mídia. E essa mídia manda na música também. Infelizmente no Brasil não temos música na escola e nem incentivo à música nacional. Quem incentivava - de onde, inclusive, nasceram muitas bandas hoje conhecidas - , hoje já morreu: o Chacrinha. Hoje tudo é muito caro: estúdio, instrumentos, tudo. Faltam lugares para as bandas de rock apresentarem seu trabalho, principalmente àquelas que fazem música própria.”